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Residentes do Bairro de Xinonanquila, Posto Administrativo da Matola Rio, Província de Maputo, amotinaram-se, na última segunda-feira, na Sede da Electricidade de Moçambique (EDM), num acto de revindicação por falta de energia eléctrica no seu quarteirão.

As instalações da EDM na cidade da Matola foram palco das manifestações praticadas por residentes de um dos bairros daquele município, inconformados com a escuridão que caracteriza a zona onde estes residem.


Dizem os moradores que já passa muito tempo sem que o Bairro de Xinonanquila disponha da corrente eléctrica, entretanto, os bairros circunvizinhos têm energia. O facto que já foi debatido por várias vezes, durante as reuniões do bairro, já chegou as autoridades responsáveis pela electrificação, e estes terão prometido àquela população, que teria energia eléctrica até o passado mês de Junho, e até então, não há alguma resposta.

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Sendo que a paciência tem limite, os “xinonanquelenses” cansados de depender da vela, chegaram ao seu limite e decidiram fazer uma greve na EDM, explica Crizalda Elias, residente.

“Estamos aqui porque queremos iluminação no nosso bairro. Os bairros arredores têm energia. E eles nos prometaram ligar a energia em Junho, mas até agora não temos. Até lá em Gueguegué, que ainda não têm residências, já tem energia”, disse.

Já Rebelina Maurício, também residente do bairro em greve, diz sentir-se numa ilha, mas que no lugar de estar rodeada de água, está rodeada de escuridão, pois todos os bairros que cercam Xinonanquila estão às claras. Rebelina pede, desta feita que pelo menos, a EDM faça uma electrificação provisória, enquanto legaliza-se o material para a electrificação que foi prometida.

“Estamos a pedir, pelo menos puxarem os cabos desses bairros próximos e ligarem ao nosso, para que possamos ter energia, porque nós passamos mal”, Rebelina foi mais longe ao afirmar que isto é muito mais que a necessidade de ter corrente eléctrica. A falta de energia afecta também, a nossa segurança e saúde, sendo que no escuro as pessoas são agredidas e assaltadas.

E quando chega a noite, as pessoas usam o nosso bairro como latrina, bem como “pensão”. “Tem uma congregação aqui perto e não só, os crentes saiem das suas igrejas para virem fazer suas necessidades aqui na nossa zona, e as crianças sem saber brincam aqui, correndo sérios riscos de saúde. Outra vez, a criança da vizinha, apanhou um preservativo usado, quando ia à escola, e na maior inocência, enxeu-o pensando que fosse um balão  e logo depois brincou com o mesmo. Isto nos entristece”.

Para os residentes do bairro em causa, trata-se de “escolhas”, ou seja, a EDM escolhe os bairros onde prefere ligar a energia eléctrica, sem avaliar as necessidades da população. Este facto, segundo Rebelina, influencia no elevado número de crianças naquele ponto, pois não há outro devertimento, refere.

“Está cheio de crianças aqui, porque entramos no quarto cedo, por falta de divertimento”.

No entanto, todos os “grevistas em unanimidade dizem-se agastados com a EDM e exigem energia, ainda este ano.

Para responder face a esta questão, o Director Regional da EDM na Província de Maputo, Neves Xavier, explicou que se trata do projecto de electrificação desses bairros emergentes, porém, ainda não abrangeu todos os bairros, entretanto, assegurou que a electrificação do Bairro Xinonanquila está previsto para o próximo ano (2019) e já foi instalado um PT, só que ainda não está energizado.

“As obras estão a ser realizadas, em todos os bairros, sobretudo, emergentes, da Província de Maputo. Na planificação da EDM, concretamente este bairro (Xinonanquila) vai ser contemplado para a electrificação de 2019”, disse.

Neves Xavier manisfestou o desejo que a EDM tem de ver todos os bairros electrificados ainda este ano, porém, devido aos custos que são elevados não é possível. O que não quer dizer que os outros bairros que ainda não beneficiam de energia eléctrica, não terão. Explicou que o projecto é contínuo.

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