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A 16 Conferência do Observatório Internacional da Democracia Participativa (OIDP), prossegue esta quinta-feira (05), na cidade da Matola. O Correio da Matola cobriu as visitas técnicas aos bairros de Malhampswene e Tsalala efectuadas esta manhã por alguns participantes.

O Correio escalou os dois bairros visitados, em Malhampswene testemunhou a efectivação do Orçamento Participativo em que os munícipes locais votaram na construção de um Posto de Saúde avaliado em dois milhões de meticais. Um posto com 260 metros quadrados, que terá uma sala de partos com seis camas, um centro de atendimento público e uma sala de tratamento.

Já no Bairro Municipal de Tsalala, os munícipes locais escolheram a construção de um muro de vedação na Escola Primária Completa 8 de Março orçado em dois milhões de meticais,

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Orquídea Ester, moradora do bairro, no quarteirão 113, célula 7, mãe de uma filha que frequentar a 1 classe na escola em alusão, afirmou ao Correio da Matola que escolheram o muro de vedação "porque as nossas crianças corriam perigo de vida na estrada. Estamos muito felizes com a possibilidade de definirmos as nossas prioridades. Bem haja o orçamento participativo", disse Ester.

A Escola Primária Completa 8 de Março de Tsalala, localizada na célula 6, quarteirão 89 foi construída em 2005, conta com 20 salas de aulas convencionais, 20 salas ao relento, 77 turmas, 55 professores. Beneficiou recentemente do Programa do Orçamento Participativo, na construção de um muro de vedação avaliado em dois milhões de meticais. Contudo, o director da escola, Fernando Mabijaia pede mais "nós como direcção da escola e as crianças estamos felizes pelo muro de vedação mas queremos mais salas de aulas, temos petizes estudando ao relento", queixou-se.

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"O muro de vedação tem 120 metros, comporta portões e estamos a formar monitores para auxiliarem crianças a zelar pela segurança das crianças", informou o vereador das Infra-estruturas da Matola, Bernardo Dramus.

Alguns participantes oriundos de várias partes do mundo, após as visitas nos dois bairros, deixaram as suas impressões. Juan Toon, de Montevidéu, Uruguai referiu que há 15 anos que implementam o orçamento participativo no seu país. Apontou que a fase mais difícil neste tipo de iniciativas é de fazer com os cidadãos se juntem em prol dos mesmos projectos e garantir a continuidade dos mesmos.

"Gostaríamos de agradecer o projecto que tivemos a oportunidade de ver nos bairros de Malhampswene e Tsalala, não se difere muito do que temos feito no nosso município", disse Ntamo Byia do município de Nkomasi, África do Sul,  para depois deixar uma recomendação "aconselho a direcção da escola 8 de Março a procurar parcerias privadas, para a construção de mais salas de aulas.  

A representante da Nova Iorque, Estados Unidos da América, Caron Atlas afirmou que há cinco anos que as cidades de Nova Iorque e Boston implementam o orçamento participativo. "Os jovens sempre fazem partem deste projecto, um menino de 14 anos de idade, em Boston, já pode votar nas prioridades da zona onde vive", partilhou Caron.