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Noventa crianças órfãs, com idades entre os 3 e 16 anos, são beneficiárias de um programa de apoio social idealizado pela Associação Girassol da Mulher e Criança, com sede no município da Matola, província de Maputo.

 

Ao abrigo do programa, lançado em 2010, as referidas crianças frequentam vários níveis de ensino, sendo que dez – seis meninas e quatro rapazes – vivem num centro internato criado pela associação.

Segundo conta Isabel Muianga, coordenadora da iniciativa, citada pelo Jornal Noticias, a associação integra vinte membros, sendo quinze mulheres e cinco homens, todos viúvos. Entre os membros, alguns padecem de tuberculose, sendo que cinco deles vivem com o HIV.

Isabel Muianga conta que a ideia de se criar a associação nasceu em 2010, cinco anos depois de sofrer um acidente de viação, na África do Sul, no qual morreram 23 pessoas. Segundo conta, ela viajava numa das viaturas envolvidas no acidente, na circunstância um mini-bus que transportava 24 pessoas. Ela foi a única sobrevivente da tragédia, da qual saiu com graves lesões na bacia e nos membros inferiores, tendo ficado internada durante seis meses num hospital sul-africano.

“Só me apercebi da ocorrência depois de duas semanas já sob cuidados médicos, numa das enfermarias de um hospital sul-africano. Sofri no pé e na bacia e ainda hoje sinto as dores. Os enfermeiros é que me contaram o “filme do acidente” que não esquecerei jamais. É por isso que, cinco anos depois, com profunda ainda com mágoa no coração, surgiu a ideia de criar esta associação para apoiar viúvos e crianças órfãs, porque as pessoas que pereceram naquele acidente deixaram famílias na desgraça, pessoas hoje entregues à sorte de Deus”, disse Isabel Muianga.

Segundo Isabel muianga, o fundo inicial da associação proveio da indeminização que lhe foi paga na sequência do acidente, tendo sido possível adquirir cinco máquinas de costura com as quais deu o pontapé de saída da agremiação.

Hoje, os associados usam as máquinas para realizar trabalhos de costura e bordados. Fazem também croché e fabricam pequenas obras de artesanato, além de desenvolverem culinária.

“A associação também tem pequena machamba onde faz hortícolas para ajudar na dieta dos membros com necessidades alimentares especiais. Funcionamos com fundos próprios, mas temos estado a bater portas em busca de apoios, e já fizemos isso com muitas organizações não-governamentais e instituições públicas. Na verdade a nossa vontade era ter mais crianças a beneficiar do nosso apoio, mas, por enquanto, não dá para mais. Só para ver, estamos a funcionar em instalações alugadas, o que onera bastante os custos do nosso trabalho”, disse Isabel Muianga.

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