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Cresce o número de pessoas que dedicam a venda e consumo de área nos principais bairros da Matola. Essa actividade que tem sustentado algumas famílias é dirigida por quase todas faixas etárias: adultos e crianças. O consumo também restringe-se a essas camadas etárias.

Nas principais paragens é possível ver funis de papel branco cheios de areia. As causas que levam a este consumo são quase desconhecidas. Sendo o desejo o denominador comum.

Sónia Mavie, residente do bairro T-3, consumidora de areia, disse ser sentir-se bem toda vez que ingere uma unidade de areia. Garantiu-nos que o mesmo consumo nunca o fez mal e que por isso não vai interromper tao já o mesmo consumo. “Gosto de comer areia sempre de manhã e de noite. Quando as vezes não consumo sinto-me mal desposta” finalizou.

Antes o consumo da areia era conotada a questão da gravidez. Os clientes mais assíduos eram as mulheres grávidas, mas hoje em dia o “vício” até compartilhada por homens de quase todas as idades. As mulheres grávidas protagonizam um consumo “consumo industrial” de areia esquecendo-se que isso pode deixar-lhes anémicas e, futuramente, darem a luz bebés de baixo peso.

Segundo o MISAU, o consumo de areia, em alguns casos, é resultado do distúrbio chamado "pica", uma necessidade compulsiva de comer produtos não nutritivos. Pica é uma condição rara, entre seres humanos, de ter apetite por coisas ou substâncias não alimentares e não nutritivas como terra, giz, carvão, tecido ou moedas. Para que se considere pica, o apetite deve persistir pelo menos por um mês. A causa de pica há muito que é procurada com varias perspectivas. As teorias nutricionais são as mais citadas, em geral atribuindo à pica a deficiências minerais específicas, como ferro e zinco.

Essa areia, segundo algumas vendedeiras, é extraída em Marracuene, a 30 quilómetros da capital, e com perigo para os trabalhadores, pois já houve desabamentos que causaram mortes. As vendedeiras vão de chapa a sua procura e trazem em sacos de 50 quilos a Maputo. Muitos consumidores desconhecem, que esse mesmo consumo, além propiciar o desenvolvimento de parasitas intestinais, ocasionar a perfuração ou obstrução do intestino, úlceras no estômago, e abrasão do esmalte dos dentes.