Na última terça-feira dia 28 de Setembro do ano em curso o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, inaugurou a ponte ferroviária sobre o rio Umbeluzi, na linha de Goba, em Boane, na província de Maputo.
O chefe de estado moçambicano mostrou-se jubiloso pela qualidade da infra-estrutura, e aproveitou a ocasião para apelar a comunidade a ser mais vigilante, bem como fazer o bom uso da infra-estrutura de modo que a comunidade coopere para a duração da mesma. “ Boane tem a missão, primária, de zelar por esta ponte, tem a nobre tarefa de assegurar que nenhuma travessa, nenhum parafuso, nenhum reflector ou um quilo de balastro sejam retirados desta infra-estrutura ferroviária de valor estratégico “ frisou.
Na entrega da ponte ao povo, operadores e agentes económicos nacionais e estrangeiros, Nyusi disse disporem, agora, de uma infra-estrutura de outro nível, moderna e de qualidade, que vai garantir o transporte de pessoas e bens em condições seguras e em maiores quantidades.
Felipe Nyusi recomendou à empresa Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), entre outros aspectos, a protecção da obra, observando a questão de manutenção.
Por seu turno, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) dos CFM, Victor Gomes, começou por avaliar a ponte como a primeira maior infra-estrutura do género edificada em Moçambique desde a independência nacional, em 1975.
Explicando a fase inicial que culminou com a construção da ponte, Gomes disse que a empresa viu-se numa situação de opção, entre reabilitar a anterior, com um custo estimado em 520 milhões de meticais (cerca de 6,7 milhões de dólares norte-americanos), e o desafio de construir uma nova, por pouco mais de 588 milhões de meticais. “Assumimos o risco de construir a nova ponte, por algumas razões. Esta antiga ponte resulta provavelmente da década de 30. Além disso, apresenta a degradação nos seus pilares de reforço […]. A presente ponte tem 362 metros de comprimento, mas ou menos idêntica à anterior. Possui a capacidade de 27 toneladas por eixo, contra as 20 que a anterior comportava. Permitirá a passagem de composições acima de 100 vagões, contra a capacidade máxima de composições de 50 vagões na anterior”, explicou.
Salientou ainda Victor Gomes que “Através desta ponte, poderão passar cargas para o Porto de Maputo, como o calcário da zona de Salamanga, estimado em cerca de 600 mil toneladas/ano, o açúcar da Suazilândia, estimado em 300 mil toneladas/ano, além do serviço de transporte de passageiros, assumido como responsabilidade social”.
È de se referir que o empreendimento foi inaugurado 15 meses após o lançamento da primeira pedra para a sua construção, tendo sido concebido e financiado pelos CFM.