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O Bairro Municipal de Nkobe  localiza-se no Municipio da Matola, é um dos 14 bairros que compõem o Posto Administrativo da Machava. Faz fronteira com os bairros Bunhiça, Matola Gare e Mapandane.

Actualmente, conta com uma população estimada de 20 mil habitantes, há dez anos possuía metade da população. Possui mais de 20 quarterões, três escolas, sendo duas primárias e uma secundária, um posto policial e sem nenhuma unidade sanitária.

O bairro Nkobe está assentado num lençol freático próximo a superficie terrestre, o que faz com que as águas das chuvas não sejam absorvidas na totalidade devido a saturação dos solos.  As construções habitacionais e outras infra-estruturas foram construidas sem levar em conta com as valas de drenagens para a canalização das águas. Curiosamente, muitas residências que ficam alagadas situam-se nas zonas parceladas pela edilidade.

O maior calcanhar de Aquiles do bairro Nkobe são as águas estagnadas e alagamento das ruas quando chove. “Quando chove as nossas ruas ficam praticamente intrasitáveis, vivemos um autentico drama”, queixou-se Durivate Langa, residente no quarteirão dois.
O presidente do Municipio da Matola, Calisto Cossa, reconheceu no ano passado falando ao jornal domingo na edição de 18 de Fevereiro de 2015, que “ Nkobe é um dos bairros em estado critico por causa das enxurradas. Há erros que nós cometemos e precisamos corrigir,” disse Cossa para depois sugerir soluções: “Em Nkobe fizemos um levantamento para a construção de valas de drenagem, mas antes há uma orientação para o nosso pelouro de obras e infra-estruturas avançar para o projecto de construção de bacias de retenção, isto é, fazer renascer as bacias que sempre existiram. De modo que, sempre que cair uma chuva, a água terá espaço para se alojar e ser aplicada para outras actividades como aquacultura e construção civil. E vamos vedar esses espaços para evitar perigos”.

Entretanto, passado ano, após a promessa do edil em minimizar os danos causados pelas chuvas em Nkobe, os residentes locais ainda clamam pelo socorro. “Sofremos muito com inundações, o municipio prometeu solucionar o problema, contudo, até ao momento nada foi feito”, denuniou Damas Manhiça residente há oito anos naquele bairro.

O rol das inquitações do Manhiça não se resumem apenas às inundações, ele pede uma esquadra no bairro, porque entende que um posto policial não responde os casos criminais que se registam, “há poucos policias para uma zona tão extensa como Nkobe. Os meliantes fazem e desfazem e nunca são sancionados”.

A equipa de reportagem do Correio da Matola abordou vários moradores do bairro Nkobe, onde constatou que muitos são unânimes na implatação de uma esquadra para reforçar a protecção policial, clamam pela construção das drenagens das águas pluviais. Outros como Cesár Dungaze do quarteirão 17 apelam a construção urgente de uma unidade sanitária, pois “quando estamos doentes sofremos devido as longas distâncias que percorremos para chegar a Matola Gare ou Socimol”.  

O Correio da Matola constatou que está em construção o Centro de Saúde de Nkobe, à beira da estrada que liga Nkobe ao bairro de Mapandane, próximo a Escola Secundária de Nkobe, avaliado em 25.441.693, 64 meticais financiado pelo Governo, através da Direcção Provincial da Saúde de Matola.

O Coordenador de Serviços de Bairro Nkobe, Jorge Matola fez saber que o tribunal comunitário local tem resolvido conflitos de terras, que envolvem familiares e lamentou a pouca informação que as pessoas tem sobre a lei. “ Temos o Instituto de Patrocinio e Assistência Juridica (IPAJ), mas pouca gente tem aderido os serviçcos desta instituição”, referiu Matola para quem o tribunal e o IPAJ funcionam há quatros anos naquele bairro.

Em relação ao transporte, Sónia Malevo, Responsável dos Transportes no Posto Administrativo da Machava referiu que Nkobe possui actualmente 100 viaturas vulgo “chapa cem” para vários pontos, incluindo novas rotas como Nkobe-1 de Maio e Nkobe-Malhampswene. Possui igualmente, três rotas de autocarros dos transportes públicos municipais: Nkobe-Baixa, Museu e Costa do Sol. Conta ainda com aguns autocarros da FEMATRO. Sónia considera que muito tem de ser feito para melhorar a situaçãao de transporte de pessoas e bens no bairro Nkobe. “o número de viaturas existentes é inferior a demanda, apesar dos esforços que a edilidade tem feito para minorar a escassez”, disse.

Com efeito, a maioria dos moradores interpelados pelo nosso jornal alega sofrer pela carência dos transportes: “Acordo muito cedo, cinco horas já estou na paragem mas muitas vezes atraso ao serviço devido a crise de chapas. Não temos por exemplo, carros que saem de Nkobe para Baixa e Museu, o número de autocarros existentes é insignificante”, reclamou Julieta Magaia, 37 anos de idade. Dinis Zavala, do quareirão 11pede a iluminação da terminal dos transportes e um mercado devidamente organizado.

Em termos desportivos, o bairro Nkobe conta com um campo de futebol e dois clubes de futebol recreativo: Futebol Clube de Nkobe e Clube Amigos de Nkobe.

No domingo findo (24), o Correio da Matola deslocou-se ao campo de Nkobe, onde assistiu uma partida de futebol, entre as equipas de Clube Amigos de Nkobe e Futebol Clube de Driven.
No fim da partida, Damas Manhiça, fundador da equipa Clube Amigos de Nkobe conversar  com o nosso repórter. O clube foi fundado com objectivo de reunir moradores locais para praticarem desporto. “Quando cheguei neste bairro há oito anos, notei que aos fins de semana, os homens dedicavam-se exclusivamente ao consumo de alcoól. Decidi reunir e propor a criação de um clube de veteranos, que se dedicasse ao desporto recreativo, e felizmente a ideia vingou”, contou Damas para a seguida garantir que o clube faz bem a todos os integrantes que neste momento são 30 porque “criamos amizades entre nós e com outras pessoas que jogam em clubes de diversos bairros”.

Segundo Damas, os membros do Clube Amigos de Nkobe têm sido fenominais. O clube está a crescer, cada um contribui com o pouco que tem para engradecimento do mesmo. Por exempo, um integrante da Riaz Catering patrocinou material desportivo – equipamento. Perspectiva-se a breve prazo a implemetanção de quotas. “As pessoas estão a assimilar o projecto, concordamos em contribuir 100 meticais de quotas mensais. Recentemente, um membro contribuiu com um kit de primeiros socorros. Há gente disposta a ceder transporte, quando jogamos fora do bairro.

Damas assegurou que o clube realiza jogos de futebol todos os domingos. “ Jogamos sempre, estamos abertos para receber novos membros. Entendemos que o desporto recreativo cria várias oportunidades”, terminou.

Desde Junho do ano passado, que Nkobe conta com um espaço de lazer, onde os moradores locais podem assistir espectáculos ao vivo. Por exemplo, no dia 01 de Maio, Dia Internacional do Trabalhador e feriado nacional, o Frango de Nkobe agendou um show com um grupo congolês,  Kwassa Kwassa. O evento vai começar a partir das 19h30. Segundo o gestor do Frango do Nkobe, Enosse Moiane,  o espectáculo do 1 de Maio visa entreter os moradores locais com um ingresso de 50 meticais.

O Frango de Nkobe dispõe de vários serviços: frango na brasa, carne de porco e de vaca, take away, worse, babalaze, péru e peixe grelhado, bebidas alcoólicas, etc. Acolhe em todos os fins de semana (sexta, sábado e domingo), a partir das 19 horas, "shows" ao vivo. “A ideia é de promover novos talentos e darmos oportunidade de actuar aos palcos  a velha guarda. Também temos ao dispor de quem saiba tocar instrumentos musicais e karaoke”, explica Moiane.

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