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O governo moçambicano aprovou nesta terça-feira (27 de Abril), os novos salários mínimos que variam entre 3,61 a 11,75 por cento. O Correio da Matola saiu a rua para ouvir a sensibilidade de alguns trabalhadores matolenses face ao aumento salarial.

Os trabalhadores abordados pela nossa redacção pautaram pelo mesmo discurso, alegam que os aumentos não respondem as verdadeiras necessidades dos mesmos, uma vez que "todos os produtos subiram em flecha nos últimos meses", defende Ranito Vilankulo, residente do Bairro Municipal de Tsalala. Para Ranito, o referido aumento é para atirar areia nos olhos dos que contribuem com o seu esforço para o desenvolvimento do país.

O ponteiro do relógio indicava 16h20, quando deparamos na paragem da Coca-Cola com Osvaldo Manjate de 41 anos de idade. De semblante carregado e olhar distante, cedeu perante a nossa insistência, tecer algumas considerações face ao aumento do salário mínimo nacional. "Para mim nem há assunto. É sempre a mesma treta, o dito salário sobe 3 por cento e tudo agrava por mais de 15 por cento", começou por dizer, demostrando insatisfação. Após uma breve reflexão prosseguiu: "eu por exemplo, tive um aumento que não ascende os 100 meticais, mas 25 quilogramas de arroz em um mês passaram de 825 meticais a 975 meticais, como vê, é inútil citar outros produtos", disse com uma voz cansada. Ao ver uma viatura vulgo "chapa cem", a encostar na paragem, Osvaldo embrenhou-se no meio da multidão que se acotovelava para entrar no interior da mesma.

O nosso repórter abordou em seguida, uma passageira na mesma paragem (Coca-Cola), situada no Posto Administrativo da Machava, Município da Matola. "Meu filho, todos os dias acordo 4h00 e chego a casa as 18h00 para receber 4000 meticais, sabe quanto custa um saco de carvão?", perguntou e sem esperar resposta, continuou, "um saco de carvão custa 1000 meticais. Tudo o resto está muito caro, só nesta semana não consegui comprar 10 quilos de cebola que custam acima de 300 meticais, acha o jornalista que 50 meticais são um aumento?", questionou com ironia, Florência Munguambe, trabalhadora numa pastelaria na cidade de Maputo.

Entretanto, a Ministra de Trabalho e Segurança Social, Vitória Diogo anunciou os novos salários mínimos, divididos em sectores e entram em vigor a partir de 01 de Abril do ano corrente.

Sector 1: Agricultura, Caça e Silvicultura com um aumento na taxa de 3.61% tendo saído de 3183 para 3298 meticais.

Sector 2: pesca Industrial e semi-industrial com 9% traduzidos em 3500 para 3815 MT. Subsector da Capenta de 12,50% de aumento saindo de 3000 para 3370 meticais.

Sector 3: Indústria de extracção mineira- grandes companhias um aumento de 10.11% saindo de um mínimo de 5643 para 6213MT. Pequenas empresas, pedreiras e areeiros, tiveram um aumento de 8, 11% de 4539 para 4907 MT. Salinas 7, 18% de 4106 para 4476 meticais.

Sector 4: Indústria transformadora com 8% saindo de 4815 para 5200 meticais. Subsector da panificação 5,15% saindo de 3790 para 3985 meticais.

Sector 5: Electricidade, gás e água – grandes companhias aumento de 11, 75% saindo de 5402 para 6032 meticais. Subsector de pequenas companhias tem um aumento de 11, 75% saindo de 4851 para 5421 meticais.

Sector 6: tem 9% de aumento saindo de 4483 para 4886 meticais.

Sector 7: serviços não-financeiros têm um aumento de 8% saindo de 4676 para 5550 meticais.

Sector 8: serviços financeiros, (bancos e seguradoras) aumento de 8% partindo de 8.70% saindo de 8050 para 8750 meticais. Subsector de micro-finanças aumento de 7.69% saindo de 7800 para 8400 meticais.