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- Publicado em 20 agosto 2016

As principais pontes da Matola têm sido transformadas por munícipes desta edilidade em autênticos sanitários públicos. Alguns munícipes usam as ilhargas das pontes para satisfazerem as suas necessidades.
Este cenário deixa as pontes, principalmente de lado de baixo, insuportáveis pelo cheiro nauseabundo que se faz sentir ao passar perto ou a usar as pontes.
Este cenário que pode ser caracterizado como sendo de “feudalismo a céu aberto” toma características alarmantes nos fins-de-semana. Visto que vários automobilistas e jovens depois de consumirem bebidas alcoólicas ladeiam esses bens públicos e usam-nos como autênticos banheiros públicos. As pontes não só são usadas como sanitários públicos como também têm sido usados como palcos para vários outros actos condenados socialmente. Em paralelo a estes actos junta-se o vandalismo. Cidadãos desconhecidos têm frequentemente vandalizado algumas pontes para se apropriarem do material que as compõe. O material mais procurado é o ferro que, posteriormente é vendido em locais que se dedicam a compra de sucatas e outros metais recicláveis.
Em algumas pontes da Matola, próximas às residências é possível ver lixo acumulado, garrafas partidas nas escadas de subida e descida das mesmas. Alguns munícipes usam as mesmas pontes como verdadeiras esquinas, informais, de venda de diversos produtos. Fazem-no de forma natural e por vezes dificultam a passagem dos peões. A ponte localizada na paragem de BIC, Matola “A”, é um exemplo vivo deste cenário comercial.
Um dos vendedores nessa ponte quando entrevistado pelo “Correio do Matola” disse que vende em cima da ponte visto que há muita clientela e há movimentação de gente, diferentemente de qualquer outra esquina. “Este local é movimento e além disso aqui não tenho muita concorrência. É um local como qualquer um. Às vezes compra-se muito e pouco” reafirmou o vendedor.
Por outro lado as mesmas pontes são usadas durante o período nocturno por malfeitores como palcos de excursão das suas acções. Ao entardecer, segundo testemunhas, malfeitores instalam-se nas pontes e com recurso à ameaça e violência arrancam bens dos transeuntes e violentam-nos quando mostram algum tipo de resistência. Este cenário acaba aumentando o número de atropelamentos na estrada (N4) visto que muitos munícipes por receio de serem assaltados atravessam a estrada sem usar as pontes. É mister afirmar que este cenário não é exclusivamente matolense, estendendo, também, a bairros e avenidas principais da cidade de Maputo.
Segundo alguns munícipes a insegurança instalada nas pontes resulta em grande parte da fraca intervenção, séria, da Polícia da República de Moçambique (PRM). Tonecas, residente no município disse que a PRM devia sempre fiscalizar as pontes no período da manhã e de noite, visto que muitos trabalhadores são assaltados e roubados seus bens. “Eu já fui vítima de roubo na ponte de BIC fui roubado celular e os que passavam nada fizeram. O mais irritante nesses assaltos é que as pessoas que nos assaltam são as mesmas e são conhecidas por vários residentes; mas ninguém os denúncia” disse.