Correio da Matola - Notícias da Matola Online

Num período em que se discute a autenticidade da música nacional; num período em que todos somos músicos; num momento em que os instrumentos musicais são trocados por uma simples tecla do computador; num momento de feridas e incertezas nas melodias das músicas nacionais; enfim, num chão em que a música já não resulta de transpiração e sim de uma inspiração mal sentida.

No meio de toda essa estiada, eis que um bálsamo vem para nos suavizar todas essas desafinações. Ecoou bem alto, essa semana, na imprensa sul africana o nome Jimmy Dludlu por ocasião da realização de gala do SAMA. O trabalho de Jimmy “Live at Emperors Palace” foi galardoado com uma estatueta banhada de ouro na categoria de Melhor Gravação Audiovisual ao Vivo. Chamar o afro/jazz de música nacional é em parte reduzir a sua tamanha grandeza; ele não é nacional, é internacional. Enquanto uns exportam vinhos, perfumes, sapatos, fatos, nós devíamos fazer das cordas musicais, desse rapaz dos becos de Chamanculo, as nossas moedas de trocas. Cada gota de nota que cai da guitarra do Jimmy, é uma celebração da diversidade que nos faz humanos unidos; Jimmy nega o Mundo em que vive e abre com seu afro/jazz a janela do Mundo melhor que sempre canta e sempre rega com a voz dos dedos. O afro/jazz de Jimmy é libertador, aliás, o jazz nasce como uma forma de libertação do homem negro. Como não ser reconhecido pelos zulus um afro/jazz com linhas estéticas bem desenhadas e uma graduação musical bem feita?