A onda de criminalidade tem estado a atingir proporções alarmantes nalguns bairros do Município da Matola, facto que preocupa e gera um cenário de terror e luto na autarquia.

Diferentes bairros, escalados pelo Correio da Matola no último fim-de-semana, queixam-se de crescimento de grupos a monte que assaltam residências, agridem e matam pessoas a noite, estupram e violam mulheres e crianças. O tipo de crime parece, de acordo com os nossos entrevistados, obedecer diferentes escalas. Existem marginais de pequena escala, que roubam bens como roupa que vezes sem conta os resistentes deixam no estendal dentro dos seus quintais. Por outro lado, há a “gang” que escala ruas e becos para ferir, matar e arrancar bens aos munícipes. Mas os mais assustadores, na óptica dos nossos interlocutores, são os que entram em residências tirando bens e vidas as famílias que com muita paciência, sacrifício e entrega ergueram algum património.

Muitas vezes a polícia, ao nível das esquadras locais, é chamada a intervir, mas esta, entretanto, tem actuado com bastante timidez. Reclama falta de efectivo e ou meios para enfrentar os bandidos.

No bairro de São Dâmanso, por exemplo, a famosa paragem “Babalaza”, é tida como um lugar proibido para circular de noite ou ao longo da madrugada. Os bandidos ficam de plantão para lograr os seus intentos, e as principais vitimas tem sido estudantes e trabalhadores que usam aquela via.

Mas também há roubo de carros! Num passado recente, a Policia da República de Moçambique conseguiu interceptar um grupo de meliantes, depois de roubar uma viatura. O facto teve lugar no bairro Patrice Lumumba, envolvendo um tiroteio que culminou com a morte dos traficantes.

Os munícipes estão assustados, querem ver restabelecida a ordem pública, querem segurança e tranquilidade arrancada pelos referidos grupos de bandidos. Acima de tudo, apelam a pronta reacção das autoridades policiais, ou seja, defendem que as esquadras devem ser munidas de melhores condições para responder aos casos de bandidagem no município.

 Conselhos comunitários de segurança

Para encontrar uma resposta e quiçá, solução objectiva deste fenómeno social, a PRM na Província de Maputo, reuniu-se com a população de dois bairros da Matola, nomeadamente; Nkobe e Mantlemele, no Posto Administrativo da Machava.

Das auscultações, a polícia ouviu que durante o dia, os bairros aparentam ser calmos e seguros, mas à noite ninguém dorme tranquilo devido à acção dos criminosos.

Falando a jornalistas, Joaquim Colomolo, Director da Doutrina e Ética Policial, disse que “colhemos aqui a sensibilidade de toda a comunidade no sentido de manter a segurança e vigilância de uma forma geral. Assim sendo, deixamos estratégias de criar um conselho comunitário de segurança e alertar aos residentes para terem atenção em relação aos indivíduos que vêm arrendar casas e ter maior cuidado com casas abandonas, um dos focos de crimes”.

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