Correio da Matola - Notícias da Matola Online

Por: Sérgio Raimundo

A violência sexual contra a criança e a mulher, em especial, no município da Matola tende a crescer e a atingir níveis de deixar qualquer um de nós com um branco nos cabelos. O crescimento desse acto desumano não pode ser mensurado só pelas reportagens televisivas ou radiofónicas que nos têm chegado em nossas casas. Caro leitor, esse fenómeno acontece com mais gravidade e animalidade onde a imprensa não chega. Aliás, há partes deste grande município que se tem isso como algo normal, quero dizer, negociável entre famílias.

Praticar violência contra a criança e a mulher é uma horrível forma de determinar o comportamento das gerações vindouras; é um atentado a todo aquele que sonha com um futuro, obviamente melhor. Eis os pontos que me levam a defender as posições ora transpostas: que homem ou mulher podemos esperar duma que fora criança violentada sexualmente? O que podemos esperar dessa mesma criança que crescerá e será um adulto/a com uma corrente de violação sexual no corpo e na alma? Que pai ou mãe será? E da mulher violentada, sexualmente, que mãe podemos esperar dela? Que tipo de educação dará aos/as filhos/as? Uma educação de confiança ou desconfiança? Em suma a violação sexual, e não só, da criança e da mulher constitui uma forma de preparar o calvário para o futuro.

Tanto se fala dessa problemática e pouco se pensa em como combatê-la. Ou talvez em como minimizá-la. Visto que parece “utópico” pensar em escancará-la por inteiro; visto que ontem eram, homens, desconhecidos que violavam; hoje está-se no lado “B” dessa canção amarga: são homens conhecidos que executam esse acto hediondo; são pais que violam suas próprias filhas, são tios que buscam mulheres em suas sobrinhas, são vizinhas sujas de desrespeito que procuram prazer em crianças, são pastores que pisam a palavra sagrada e levantam as saias das crentes inocentes. É urgente pensar em soluções eficazes e eficientes. Medidas próprias para os executores desses actosenvergonhosos e desumanos. A violação sexual não é um simples crime; é um atentado ao futuro promissor da nação. Encarcerar e depois libertar não é solução suficiente. É como se estivéssemos a dar férias a esses malfeitores, visto que depois de “desquadradinhar” o sol, voltam a essa prática funesta. Precisamos tratar esses executores a todos níveis e de uma forma decente reintegrá-los na sociedade. Precisamos sensibilizar a mulher  e a criança pois são elas os prenúncios do futuro melhor que queremos; são elas a certeza que nos move ao amanhã.  E é urgente acabar com todas atitudes que nos levam aos desfechos desses casos em famílias, com pagamento de multas que não restauram a dignidade e autoestima das vítimas.