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Passavam das 11 horas quando a equipa de reportagem do Correio da Matola escalou o pulmão do bairro Hanhane, cidade da Matola. Lá estava, o jovem Londrino sentado ao lado de uma carrinha de mão vulgo "tchova " combatendo o desemprego tão apregoado pela juventude moçambicana.

Uma carrinha de mão repleta de vegetais que dá significado a máxima do elenco do Calisto Cossa " no Município da Matola vinga o princípio de oportunidades iguais para todos, quem tem iniciativa criamos condições para que possa prosperar", disse Bernardo Dramus, porta-voz da edilidade.

"Este é o meu emprego , esta é a empresa que alimenta a minha família, composta por sete membros", disse Londrino apontando orgulhoso para a banca móvel carregada de alface, couve, espinafre, coentro, salsa, nabos, cenoura, etc.

Londrino Nhalungo, jovem de 28 anos de idade e residente no bairro da Matola C, foi uma das tantas vítimas da pobreza extrema que grassa o país, e do deficiente sistema de educação. Cedo perdeu um dos direitos mais básicos para o ser humano, o direito à educação, tinha então 12 anos de idade, quando transitou para a 8 classe e ficou sem vaga, não pôde continuar os estudos. Contudo, se para alguns ficar sem instrução escolar equivale mergulhar no mundo do crime, para Londrino significou uma oportunidade para iniciar um negócio.

"Como minha mãe tinha uma banca eu levava os vegetais e metia numa bacia para vender aos bairros de Liberdade, Fomento, C-700 e Casa Branca", contou Londrino e lembrou que percorria todos os bairros a pé. Em 2010 montou uma banca no bairro Hanhane, "vim montar a banca aqui (próximo ao Centro de Estágio da Liga Desportiva Maputo), muito antes da Shoprite que hoje até me roubou alguns clientes", referiu.

Efectivamente, o jovem que temos vindo a citar é um exemplo de que o auto-emprego é possível. Ele assegura que com 3000 meticais é possível desenvolver um negócio e alimentar uma família. "Estou a construir uma casa tipo 2 no bairro da Matola Rio e sustento sete membros dos quais dois são meus filhos", segredou.

Entretanto, apesar do negócio de vegetais estar a correr minimamente bem, Londrino alimenta um sonho - ampliar o negócio, "vendo nesta carrinha de mão porque não tenho um espaço próprio, se tivesse poderia até empregar alguns jovens".