Correio da Matola - Notícias da Matola Online

Por Sérgio Raimundo

Eu sou louco sem limites como sempre diz qualquer um que nunca esteve ao meu lado. Gostava de ser um cidadão-não-louco como tantos outros que o são. Mas que fazer; a loucura é o meu estado de máxima consciência e lucidez. Estar não louco para mim é que é estar deveras louco. Formulei a lei da loucura e suas teorias ainda no ventre da minha mãe. Os Nhamussoros já sabiam que minha mãe não carregava no seu ventre um Doutor, um Engenheiro, um Autodidacta, mais sim suportava um feto com loucurologia. Minha mãe chorava dia e noite, rogava aos Xicuembos para ter um filho não louco, mas como dizia um sábio alemão, Deus dá a solução quando o problema é fácil. Que tem haver Deus com a minha loucura? Deus deve cuidar dos que sofrem dia e noite, dos que rogam a sua ajuda. A minha loucura não é nenhuma doença. Sou menos louco do que quem diz que não o é. A minha loucura é do tamanho da minha alma. A minha loucura desafia todos: Wilhelm Wundt, Carl R. Rogers, Sigmund Freud e Jacques Lacan.

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Por: Stécio Mucavel

acidentes Nos últimos tempos a condução tornou-se uma arma letal nas estradas nacionais, fenómeno que está a preocupar toda sociedade moçambicana. “ Agora tenho licença para matar”, actualmente é assim que os recém-condutores referem-se as cartas de condução.

A curta duração do tempo de aprendizagem das lições teóricas e práticas nas escolas de condução, é o principal factor que impulsiona a imprudência dos condutores nas estradas, imprudência esta que faz diariamente dezenas de mortos e feridos em todo território nacional.

A má condução engloba cidadãos de todas classes sociais, geralmente são passageiros inocentes que sofrem nos acidentes viação. “ Condução devia ser um curso universitário”, se calhar passando de três a cinco anos sentado numa carteira fazendo uma pós-graduação em condução, mudaria a mentalidade de vários condutores que não sabem o verdadeiro valor da sua própria vida e da vida do próximo.

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Por: Sérgio Raimundo

Tudo que acontece, hoje, se Samora fosse vivo não ia acontecer, meu filho. Samora era um homem de regras, de deveres e acima de tudo de direitos bem limitados. Nos tempos de Samora havia um limite, bem rígido entre os deveres e os direitos. Era como se esses dois conceitos fossem divididos por um arame farpado bem afiado. Quem saísse de um dos lados sem autorização e sem consentimento do Estado era bem reeducado: Porrada em público. Esses que andam a fumar drogas de qualquer maneira na rua e em suas casas seriam punidos com uma boa chicotada. Tudo era disciplinado no tempo de Samora. Às 20h na rua só circulavam polícias e às vezes, também, feiticeiros. Digo às vezes porque até os feiticeiros menos experientes tinham medo da rigidez de Samora.

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Por: Sérgio Raimundo

Antes de começar a expor o que me escorre na pele da opinião sobre o tema enunciado, proponho-me a começar por desfazer ou desconstruir (no sentido de Derrida) o termo “retórica”. Palavra-chave desse artigo.

O termo retórica de acordo com alguns dicionários provém do grego retoriké que significa a arte da oratória. Assim, a retórica pode ser entendida como sendo a arte de utilizar a linguagem em um discurso persuasivo, por meio do qual visa-se convencer uma audiência da verdade de algo; técnica argumentativa, baseada não na lógica, nem no conhecimento, mas na habilidade em empregar a linguagem e impressionar favoravelmente os ouvintes.

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Por: Sérgio Raimundo

É possível pensar no Cristianismo sem antes cair na esteira do Pai – Filho – Espírito Santo? Como é possível querer tornar-se campeão mundial em corrida de velocidade com barreiras, sem antes conhecer o ABC de pôr o pé, correctamente, na pista? Estamos num tempo degenerado pelo autêntico desejo de ser e mais nada. Há quem é escritor sem ter sido e leitor e consequentemente sem ter desvirginado com a erecção da atenção e pelo juízo crítico um simples livro; todavia é escritor.

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Por: Sérgio Raimundo

Um País é uma mãe. Uma mãe que constantemente quer ser Pai, sem deixar de dar os seus seios aos filhos. Toco em cada pedaço do meu País tal como saboreio com as mãos o sorriso fraterno de uma mãe. Há tantos países que dormem dentro do meu País. Há países que fazem o meu País. E eu amo todo o meu País e amo todos países que nele dormem. Amo este País logo pela manhã, quando pela passarela da televisão desfila, maquilhada, sorridente, sem nenhuma humildade na cara; amo-o quando o amor preguiçoso da geografia o divide em distrito, aldeias, bairros, cidades, províncias; eu apenas o amo todo. Amo este País quando se deixa fotografar nu pelos jornais, pelos olhos curiosos de turistas.

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